Chanel pra ele é Heineken!

Eu tinha preparado outro post para essa terça-feira. Mas hoje a Nanda apareceu aqui em casa meio tristinha, precisando de colo.
Os motivos pouco importam. Mas a gente achou que a discussão que se seguiu valeu a pena.

Lembramos de um episódio quando, bêbado em um dos muitos churrascos que aconteciam sempre em minha casa, levantei a seguinte questão:
"Na próxima encarnação, quero voltar mulher! Afinal, os homens fazem tudo pelas mulheres: buscam em casa, escolhem lugares bacanas para os encontros, pagam a conta, compram chocolates em dia de tpm..."
Fui interrompido por um amigo (também bêbado): "Não é bem assim! A gente só faz isso pelas gostosinhas!"
A belíssima conclusão de um bebum: "Ah! Então na próxima encarnação quero voltar gostosinha!"
Lembro ainda que a Nanda - que acompanhava a cena ridícula - ironizou: "Ah! Tá podendo escolher? Então também quero voltar gostosinha!"

Gostosinhas ou não, fato é que a gente faz mesmo QUASE tudo pelas mulheres. Mas se é quase não é tudo! Não adianta, por exemplo, fazer beicinho porque ao invés de acompanhá-las ao shopping precisamos levar a mãe ao médico.
Como tudo na vida, a gente precisa estabelecer prioridades. E deixar alguém (por quem a gente nutre certa consideração) na mão porque a ficante tá prestes a liberar a periquita é ilegal, imoral e desrespeitoso!
Já tive brigas horrorosas com ex-namoradas porque elas achavam que eram preteridas em função da minha mãe, meus irmãos, ou mesmo de amigos. Já deixei namorada em casa e fui socorrer amiga que tinha batido o carro sem carteira. Assim como já desmarquei compromisso com amigos (em cima da hora) pra socorrer irmã da namorada que tentou entrar na boate com identidade falsa (e foi pega).
Já escutei que era filhinho-da-mamãe, já fui acusado de amar platonicamente a amiga (e não a namorada reclamante) e outros absurdos.
Mas no fundo a gente só quer preservar o que achamos que tem valor.
Hoje eu já passei na farmácia, comprei demaquilante (e eu nem sabia o que era isso!), uma caixa de bombons, arrumei a cama do meu irmão (que ficou vazia depois que ele se mudou daqui) e alojei corretamente a Nanda que precisava ser mimada.
Se a ficante (que acabou sendo deixada em casa antes do horário previsto) realmente valer a pena, ela vai entender. E se não entender, paciência. Eu faço QUASE tudo por uma gostosinha, mas faço tudo por uma amizade de 18 anos.

O teclado, o lenço e o rímel: provando que o demaquilante mais poderoso são lágrimas bem choradas.

Por Magoo